Com as gravações de ‘The Voice Portugal’, dois clipes para o seu novo álbum, Anselmo Ralph prepara-se para se ausentar, mais, de Portugal. “É uma coisa em grande, já ando a trabalhar nisso há dois anos. É uma sala de espectáculos para duas mil e quinhentas pessoas, criada de raiz. Comprámos o terreno e tem projecto próprio“, começa por explicar o cantor à TV Guia.
Quanto ao “palco” que está a ser criado, Anselmo nota que o mesmo será em Luanda. “Na nova cidade de Kilamba [a 40 km do centro da capital]. Vamos tentar inaugurá-la em Março ou Maio do próximo ano, porque em Abril chove muito em Luanda.“
Apesar de ser um cantor de sucesso, Anselmo nota que a sua carreira começou em Angola. “Quando entrei no mercado português, em 2011, fiquei espantado porque não se tocava muita música portuguesa e os ídolos portugueses que tocavam na rádio era malta mais velha, a maioria com mais de 20 anos de carreira.“
Para o cantor é importante existirem cantores jovens e mais velhos. “Nestes últimos cinco a três anos, temos tido muitos bons nomes jovens a aparecer. Antes disso nem cinco havia, contava-se pelos dedos de uma mão os que tinham notoriedade e que singravam na música. Também acontece aparecerem jovens com qualidade nestes programas de talento como o The Voice e depois ninguém pega neles, nem os autores, nem as editoras, ninguém os chama.“
Ainda assim, Anselmo explica que “isso está a mudar.” “E desculpem-me lá, mas acho que a culpa não é das editoras. Espero não ser banido por causa do que vou dizer, mas acho que a culpa é das rádios. A música angolana cresceu muito lá depois de uma mudança… Nós temos um provérbio em Angola que diz: ‘O cabo-verdiano canta, o angolano dança e o moçambicano bate palmas’ e o que acontecia é que, antes, nós consumíamos muita música brasileira e cabo-verdiana e a música angolana quase que não tinha expressão. Aconteceu uma decisão do Ministério da Cultura que determinou que 90% da música passada na rádio deveria ser angolana.”
Para esta edição do programa ‘The Voice‘, Anselmo mostra-se mais calmo e contido. “Estou mais calmo, é verdade, mas estou a divertir-me também mais. Estou sempre a gozar com os meus colegas. Só que este ano, apesar de gostar de me divertir, temos todos de brilhar e às vezes tenho de dar o tempo da Aurea, da Marisa, do Mickael. Este ano aprendi a calar-me mais. Aprendi a calar mais a boca, às vezes quando começo a falar não me calo“, conclui.
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